Vou ser sincera, este livro estava guardado à minha espera, porque tinha uma mancha enorme de cola que, para completar, se tornou amarela. Estava feio, muito feio, parecia um trabalho pouco cuidado.
Claro que acontece pequenas manchas de cola, mas temos de perceber que é um trabalho feito à mão. E quando digo que é feito à mão é 100% feito à mão.
Estes cadernos não são apenas cadernos que compro e depois transformo a capa. Eu compro as folhas, dobro as folhas, eventualmente corto-as para ficarem do tamanho que pretendo, costuro-as, colo-as e por fim, crio a capa.
Não sabia muito bem o que fazer para esconder o caderno e para lhe dar alguma luz. Sim, porque uma capa toda branca, convenhamos é triste.
Quando fui até à caixa onde guardo os pedacinhos de napa, encontrei lá esta napa verde, que como verão combina na perfeição com o interior do caderno. No entanto este pedaço de napa tinha um formato pouco convencional. Já estava com a tesoura na mão para cortar uma tira direita quando uma luzinha se acendeu, E SE?
Ficou perfeito, não ficou?
Acrescentei um botão com uns desenhos verdes usando uma fita de cetim preta para fingir que esta o segura.
Eu bem vos disse que a napa combinava na perfeição com o interior do caderno.
E pronto, confirma-se, o verde é sinónimo de esperança.
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